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Encontro memorável ratifica protagonismo de formandos do projeto Memórias em Rede

Atualizado: 10 de dez. de 2023

Aluno Emanuel presenteia professor Ismar Soares com a camiseta do projeto


Eu, mudando para ser alguém importante, para fazer transformação. E só posso fazer isso se estiver junto, coletivamente, dentro do espaço chamado Casa Comum”. Com essas palavras o professor e pesquisador Ismar de Oliveira Soares, a maior referência em Educomunicação na América Latina, marcou sua vivência no projeto Memórias em Rede, do Instituto Devir Educom, em Santos (SP).


O encontro com a ONG aconteceu quarta-feira (6), no Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS), durante o encerramento do ano letivo com os jovens participantes das escolas municipais Vinte e Oito de Fevereiro e Avelino da Paz Vieira.  Na forma mais democrática - que permeia a Educomunicação - o professor não apenas ministrou palestra, mas conduziu com maestria um bate-papo riquíssimo de conteúdo.


Da esq p. dir.: Ismar Soares em breve palestra; alunos mostrando seus trabalhos e a diversão do professor com o aluno ao receber presente.


Estiveram prestigiando o evento os representantes do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (CMDCA-Santos), Wilson Bregochi e Robson de Souza Pereira, além da educadora Renata Alves de Andrade Haiek da UME Avelino da Paz Vieira.


“Todos somos comunicadores e, assim, precisamos criar condições para que as pessoas se expressem. É uma revolução pessoal e fundamental. Esse movimento veio para transformar a maneira em que as pessoas aprendem e ensinam; e ter isso desde pequeno muda a visão da criança e do adolescente sobre o mundo”, explicou o professor da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), surpreendido pela postura dos adolescentes do projeto.


O Memórias em Rede leva o jornalismo, a educação midiática e aspectos da memória individual, coletiva e social para espaços formais e não-formais de ensino, sob a perspectiva da Educomunicação, abordando também o consumo consciente e uso responsável das distintas plataformas de mídia.


Aluna Nalu, da escola Vinte e Oito de Fevereiro em representação à sua escola.


Alunos Maria Paula e Luiz Augusto se divertem com equipamentos eletrônicos antigos do MISS.


Em oficinas de escrita criativa, fotografia, rádio, vídeo e mídias sociais, os participantes criam e experimentam espaços de expressão, exercitam a cidadania, se conscientizam sobre o direito à comunicação e a importância do protagonismo.


A partir dessa construção ao longo do trabalho da equipe Devir com os jovens, o encontro com o pesquisador não poderia ter sido diferente: memorável! Eles organizaram a coletiva de imprensa, se expressaram pela música e paródia de autoria deles, e ainda pela arte mostraram a criatividade e sua visão de mundo pela colagem e por poemas. “É preciso que aconteçam projetos como esse em várias partes do Brasil.


Apresentação da música do projeto; coletiva com professor; e aluno Nicolas (UME Avelino) entrevistando.


Eles mostraram que estão apaixonados pela Educomunicação e o tema apaixona a gente mesmo por algumas ideias, especialmente pelo fato de que estamos na emergência: temos que salvar o planeta e quem fará isso é a juventude", comentou Soares, estudioso no tema há 40 anos, formado em jornalismo, geografia e filosofia e um dos responsáveis pelo curso de licenciatura em Educomunicação da ECA-USP.


O reconhecimento do professor é traduzido, por exemplo, pelo depoimento da aluna Ana Luiza Silva, 15 anos, da UME Vinte e oito de Fevereiro. Mesmo, formanda do ensino fundamental II. “Quando vi do que se tratava o projeto, me apaixonei. Ao longo desses anos a experiência foi maravilhosa e todos os trabalhos são incríveis. O Memórias em Rede me ajudou a saber a profissão que eu quero seguir e a desenvolver meu lado pessoal”.


Depoimentos emocionantes, como os de Ana Luiza (escola Vinte e Oito) e Anna Letícia ex-participante pela escola Avelino e colaboradora.


Vencer a timidez foi a grande conquista para Vanessa Lustosa, 15 anos, da mesma escola. “Estou há três anos no projeto e toda a minha participação foi maravilhosa. Quando eu entrei eu era bem tímida e consegui desenvolver minha comunicação, além de conhecer pessoas maravilhosas. Queria continuar no projeto, pois gosto bastante da mensagem que ele passa para as crianças. Mas estou orgulhosa da minha trajetória”.


O resultado do coletivo apresentado no encontro foi suficiente para a presidente do Devir Educom, Andressa Luzirão, ter a convicção de que o projeto cumpriu seu papel transformador pela Educomunicação em 2023. “Trabalhamos a linguagem das mídias, mas é sempre com intencionalidade educativa, a partir de demandas trazidas pelos jovens. Foi lindo ver como estão sendo protagonistas de suas vidas e criando soluções práticas no cotidiano, como a organização das apresentações”.


Durante o evento, os jovens memoráveis mergulharam no passeio cultural do MISS, aprendendo sobre a história do cinema e conhecendo máquinas antigas de fotografia, discos de vinil, videogames e muito mais. Ao final, receberam certificados de conclusão, ganharam camisetas e outros mimos, estendidos aos convidados. Foi emocionante do começo ao fim.   



A vistia monitorada ao museu foi tão interessante que até o professor Ismar quis registrar sua presença.


Memórias é presença no âmbito escolar

Uma visão mais distanciada do trabalho educomunicativo se faz necessária também pela equipe escolar que acompanha o desenvolvimento do projeto, com o conhecimento dos alunos antes, durante e ao final após conclusão da participação no Memórias em Rede.



Maria Paula (escola Avelino) Diplomada.


A safistação no olhar de Ana Luiza (Escola Vinte e Oito) em receber o certificado.


A alegria do pequeno Luiz (Escola Vinte e Oito) em participar do evento e receber seu certificado.


Lucas (escola Avelino) também fez questão de registrar o recebimento de seu certificado.


“O trabalho do Instituto Devir já faz parte da nossa identidade como escola”, afirma a diretora da escola Vinte e Oito de Fevereiro, Luciane Ladislau.Segundo ela, o Memórias em Rede alcança muito dos objetivos a partir da sensibilidade da equipe do Devir que cativa os alunos para o desabrochar. “A gente percebe no aluno uma exposição de afeto; é como se ele se abrisse para sentir todo o entorno dele e todo o contexto em que está inserido. Isso reflete nas ações cotidianas, dentro da unidade escolar: se tornam mais falantes e participativos. Apresentam posturas mais coerentes com suas falas. É realmente uma vivência inesquecível.”


Crianças memoráveis - Desde agosto, o projeto atende a entidade Casa Vó Benedita, instituição de Santos que acolhe pessoas de até 17 anos em creche e abrigo. Assim como a diretora da escola, a coordenadora Roberta Paulino afirma que o desenvolvimento das criança foi perceptível com a Educomunicação. “Muitos chegavam retraídos e agora já se expressam melhor. Todos querem participar. Fico muito feliz em ver a evolução e a devolutiva das famílias, que começam a participar aos poucos”.


Saiba mais sobre o Devir Educom

Criado em junho de 2018, sob o pilar da Educomunicação, o Instituto atua em várias frentes e ações na educação formal e não-formal, envolvendo crianças, jovens e adultos. Tem como objetivo contribuir com a construção de ecossistemas comunicativos mais horizontais, dialógicos e criativos no ambiente escolar e com processos de aprendizagem mais significativos nos distintos formatos de sala de aula, tão requeridos pela educação atual.


Memórias em Rede - Realizado pelo Instituto Devir Educom desde 2018 em Santos, atualmente é desenvolvido nas escolas municipais de Santos Avelino da Paz Vieira e Vinte e Oito de Fevereiro, além da Casa Vó Benedita. No total, são cerca de 60 crianças e adolescentes participantes.


Conduzida pela Metodologia dos Círculos, criada pelo Devir sob a inspiração dos Círculos de Cultura do educador Paulo Freire, a iniciativa trabalha nas perspectivas do Eu, da Escola, da Família e do Território. Visa um aprendizado significativo e contextualizado com a realidade dos participantes, de modo que sejam protagonistas na construção coletiva do conhecimento e que desenvolvam e/ou fortaleçam o senso de pertencimento por onde vivem e estudam.


Agora é aproveitar as férias que 2024 está chegando com mais Memórias.

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