À esq. Davi de Paula e Andressa Luzirão ao lado do apresentador Alex Frutuoso no programa Entrelinhas, da rádio Santos FM.. À dir. Santiago Perez e Isla Lustosa ao lado de Carlos Guimarães e da presidente do Instituto Devir Educom
Memórias em Rede nas ondas do rádio! O Instituto Devir Educom foi convidado, neste mês de outubro, para participar entrevistas em duas rádios santistas. Diante dos microfones dos estúdios dos programas Entrelinhas, da rádio Santos FM, e do CDL Santos, da Rádio Santa Cecília, a equipe trouxe para a discussão o projeto realizado nas UMES Avelino da Paz Vieira e Vinte e Oito de Fevereiro e na Casa Vó Benedita, em Santos.
Sob o comando do jornalista Alex Frutuoso, o programa Entrelinhas recebeu a presidente do Instituto Devir Educom Andressa Luzirão e o educomunicador-aprendiz Davi de Paula em sua mesa. Durante a conversa, ambos os entrevistados contaram como acontecem os encontros com crianças e adolescentes no projeto Memórias em Rede e como as atividades se desenvolvem sob o pilar da educomunicação, campo do conhecimento que atua nas interfaces da comunicação e educação.
Davi, ex-aluno do projeto e, agora, também parte da equipe do Devir, compartilhou a vivência e a experiência que vem adquirindo nas atividades. "Gosto do espaço que o memórias dá, sabe? Não é só para aluno com nota boa, aqui a gente preza pela essência da pessoa. O mais legal do projeto é a liberdade que as salas de aula nem sempre dão. Existe uma conexão entre nós e educomunicadores da equipe que você normalmente não tem com o professor. Não tem essa de autoridade e hierarquia, não é só uma pessoa falando o resto obedecedendo, os alunos também contribuem. Isso faz você se sentir muito à vontade. Você acaba se desenvolvendo como pessoa. ", afirmou o jovem. O rapaz, ao se deparar com sua primeira entrevista, relatou nervosismo. "Fiquei muito nervoso, tinha medo de gaguejar, mas eu adorei e comecei a me soltar mais para o final. Quero poder participar mais vezes de situações como essa".
O bate-papo apresentou o jornalismo, importante pilar das atividades do projeto, como aliado fundamental na construção de sujeitos. Sob o olhar educomunicativo, a inserção do jornalismo nos processos de ensino-aprendizagem permite abrir espaços para reflexões sobre temas transversais e transdisciplinares, levando para a discussão problemas da contemporaneidade que estão presentes nos contextos desses jovens. A partir do "brincar de ser repórter", realizando reportagens, podcasts, entrevistas e fotografias e muitas rodas de conversa, o projeto busca contribuir para a melhora de autoestima, da relação consigo mesmo, com a escola, com a família e com o lugar onde moram moram estas crianças e adolescentes. A história de vida de cada um deles, portanto, são o norte para todo o processo.
Educação midiática no exercício da cidadania
Diante de cenários de guerras e de muita desinformação, o programa CDL Santos, da rádio Santa Cecília, recebeu Andressa e Carlos Guimarães, antropólogo e diretor sociocultural do Instituto Devir Educom. Em meio às notícias de tragédia noticiadas, os convidados trataram acerca da importância da educação midiática e do exercício de cidadania na formação dos sujeitos, desde seus primeiros anos de vida. "As crianças já estão aqui. Assim que nascemos já somos cidadãos. Esse exercício de cidadania precisa começar na infância", afirma a presidente do Devir. Este é o tema central das atividades desenvolvidas projeto, que, sob o pilar da educomunicação, busca contribuir para quebrar os ciclos de violência e vulnerabilidade enfrentados por crianças e jovens.
Os frequentes golpes no ambiente digital também foi uma das pautas abordadas pelos apresentadores Santiago Perez e Isla Lustosa ao longo do programa. Segundo Andressa, "todo mundo está sujeito a cair em golpes. Até quem tem a consciência. Por isso defendemos a educação midiática para todas as idades". Visando contribuir com este cenário, o projeto memórias em rede têm “a missão de contribuir para a transformação social e para a formação de crianças e adolescentes dentro desse contexto de superabundância de informação e de desinformação”, referindo-se aos riscos inerentes à mídia.
Os entrevistados também abordaram a urgência de olhares mais atentos para a educação diante de cenários de guerra, como os conflitos entre Rússia e Ucrânia e Israel e Hamas, noticiados pelos apresentadores ao longo no programa. "É importante que falemos sobre as guerras não noticiadas e as guerras silenciosas também", compartilha Carlos, ressaltando que, no projeto são abordados temas como esses em rodas de debate com adolescentes e buscam também alertar sobre informações de confiáveis de qualidade para que eles possam ter parâmetros para avaliar os fatos e ficar atentos à desinformação.
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