A jornalista, professora e gestora do Instituto Devir Educom, Ivone Rocha, bateu um papo com o pessoal do podcast 'PUC Check' sobre educação midiática e letramento digital nas escolas brasileiras, como forma essencial para conter o avanço da desinformação e o risco que ela impõe à democracia. O bate-papo apresenta o jornalismo como importante ferramenta para a melhora desse cenário, atuando não apenas como veículo de imprensa e checagem, mas também no ensino de jovens e adultos por meio da alfabetização midiática.
Durante a conversa, Ivone mostra, a partir de suas experiências com o projeto Memórias em Rede, como o jornalismo dentro das escolas pode contribuir para a formação do cidadão e, consequentemente, prepará-lo para lidar com os desafios que enfrentamos no cenário virtual. De acordo com a jornalista, "a educação midiática trabalha um conjunto de competências que permite o aluno compreender a informação no meio digital, a responsabilidade daquilo que se escreve e se compartilha nas redes sociais".
Apesar de já terem nascido no ambiente digital, geração conhecida como “nativos digitais”, termo citado pelo autor norte-americano Marc Prensky, a jornalista chama atenção para a imaturidade que eles carregam ao usar as mídias. Mesmo com conhecimento técnico de como mexer nas plataformas digitais, é preciso que aprendam não só para lidarem com os perigos e as intenções existentes por trás do conteúdo estampado em suas telas, mas também para as potencialidades e os diversos caminhos que podem ser abertos ao explorarem o ambiente virtual.
Além do desenvolvimento da consciência crítica sobre a mídia, a educação midiática também permite que o aluno aprenda a se posicionar e a se expressar pelas mídias, o fazendo perceber que sua presença também é importante neste ambiente. "Todos fazem parte da mídia. Ela não é só para os grandes. Nós devemos utilizá-la para os nossos contextos", ressalta Ivone durante o podcast.
Além de levar a educação midiática para jovens e adultos de escolas públicas, Ivone ressalta que o projeto Memórias em Rede também reconhece a importância de implementá-la não como uma atividade extracurricular, mas em todas as disciplinas. Por isso, o Instituto leva formações a todos os profissionais das escolas onde atua, acreditando que, dessa forma, é possível contribuir muito mais para o desenvolvimento midiático dessas gerações.
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